O ETHOS DISCURSIVO DE UM POLÍTICO EM ASCENSÃO | Autores: Silvia Maria Ribeiro (PUC-SP - PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO) ; Cassia Cristina Rodrigues da Silva Sampaio (PUC - Pontifícia Universidade Católica) |
Resumo:
Tendo em vista examinar o interdiscurso, a cenografia e a constituição do ethos discursivo no discurso político do vice-prefeito Bruno Covas, da cidade de São Paulo em entrevista dada à revista Veja São Paulo, em uma publicação do dia 28 de março de 2018, propomo-nos à análise discursiva da formação da identidade do sujeito-enunciador como uma construção discursiva e sócio-histórica. Para tanto fundamentamo-nos no aparato teórico – metodológico da Análise do Discurso de linha francesa na perspectiva proposta por Dominique Maingueneau cuja produtividade tem-se tornado eficiente na atualidade. Expomos as condições sócio-históricas e culturais de produção do corpus considerando como a mídia veicula a revista em questão, de acordo com a sua função social. Apresentamos a noção de interdiscurso, cenas de enunciação e o ethos discursivo propostos por Maingueneau (2013) e, em especial, a categoria de cenografia e sua forma de constituição como estratégia de envolvimento discursivo entre enunciador e coenunciador e o interdiscurso relacionado com a memória social do sujeito. A análise discursiva aponta para a articulação dos elementos fundamentais à constituição da cena enunciativa. O discurso do sujeito-enunciador não apresenta, exclusivamente, um ethos construído pela opinião pública, mas um ethos construído pelos efeitos de sentido materializados pela ideologia presente nos antecedentes morais, éticos e de caráter, resultando na imagem do enunciador, que não se utiliza de seu “poder”, para realizar um discurso de empoderamento.
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