O ensino de Língua Portuguesa nos cursos técnicos integrados do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, especificamente no Campus Fortaleza, apresenta especificidades bastante importantes. A principal delas diz respeito à formação visada para o aluno egresso, a qual deve contemplar uma formação técnica, com viés profissionalizante, e integrada, com viés científico. Sob essa perspectiva, o ensino de Língua Portuguesa não pode prescindir do objetivo de desenvolver a cidadania dos alunos, o que exige o compromisso com o desenvolvimento da leitura crítica e da escrita concebida em uma perspectiva de letramento. No entanto, essa não é uma tarefa tão simples como possa parecer. O ensino de Língua Portuguesa orientado por essa perspectiva requer o investimento no trabalho com o texto em sala de aula, não o texto pelo texto, mas o texto como materialização de um discurso com o qual o sujeito se posiciona sobre os temas que põe para si. Nesse sentido, a abordagem do fenômeno da argumentação que se realiza nas e com as produções textuais dos alunos em questão impõe-nos a necessidade de analisarmos como essa atividade de fato acontece. Para isso, importam as análises que revelem como tomar a palavra a fim de argumentar em uma dada situação de comunicação é mais do que uma atividade de produção textual, é um exercício de cidadania, é um fazer-se sujeito no embate de discursos. Uma análise dessa natureza é o foco do presente trabalho que se concentra sobre o funcionamento da argumentação nos textos e discursos dos alunos dos cursos técnicos integrados da instituição inicialmente mencionada.