Muito se discute sobre o termo letramento, mas afinal o que é? Hoje, as transformações socioeconômicas, políticas, históricas e/ou culturais favorece o surgimento de novos conceitos para designar fenômenos ocorrentes, e com as mudanças sociais advindas da industrialização, a leitura e a escrita passaram a ser consideradas formas de ascensão social. Além da valorização acontecida com o tempo, o próprio suporte de textos também se modificou (caracteres desenhados na argila, no pergaminho, livros de papel e digitais). Isso determinou alterações nas práticas das duas habilidades: oralidade e escrita. Diante disso, questiona-se: o que é necessário para um indivíduo ter um grau de letramento a fim de que possa usufruir e circular em ambientes da escrita? Debates sobre o assunto têm surgido nas diversas instâncias do Brasil, uma vez que o país aparece entre os menos eficientes na questão de leitura, de escrita, especificamente, na compreensão e interpretação textual. Por um lado, é pertinente que os estudos se aprofundem para que a escola possa auxiliar o aluno nas atividades diárias de formação, compreendendo o letramento como um processo contínuo que está ligado à leitura e à escrita. Por outro, os cursos de formação de professores precisam discutir o processo de letramento, concedendo aos profissionais, possibilidades de compreender e construir técnicas apropriadas para o desenvolvimento textual dos aprendizes.   O objetivo deste estudo, portanto, é analisar a interpretação textual a partir de respostas dissertativas de questões de avaliações acadêmicos do curso de Letras. Como hipótese tem-se que a aprendizagem dos recursos textuais promovem o desenvolvimento do letramento do indivíduo, impactando nas duas habilidades discutidas. A discussão está embasada nos teóricos Ong (1977), Goody (1987), Luria (1992), Kleiman (1995), Tfouni (2011).