Este artigo tem como objetivo analisar seis termos que são considerados tabus linguísticos, sendo eles: caralho, porra, cu, puta, boceta e foder, com intuito de buscar compreender a construção sociocultural do preconceito na comunicação humana. Segundo Guéiros (1956), tabu é uma ação de abstenção ou proibição de comer, matar, pegar, ver e dizer qualquer coisa considerada sagrada ou temida, sendo o tabu linguístico uma coibição de se dizer expressões imorais ou grosseiras. Na pesquisa, fundamenta-se nos pressupostos teóricos de Gueiros (1956), Ullmann(1964) dentre outros que tratam do tema tabu linguísticos, de suas classificações  e de seus significados. Fundamenta-se também nos aportes teóricos da Semântica, o ramo da linguística voltada para investigação do significado, de acordo com Cançado (2008), Ullman (1964) e Guiraud (1980). Neste trabalho, dividiram-se os termos em três categorias: tabus de medo ou superstição, de decência e decoro, por último, de delicadeza. Quanto à metodologia, utilizou-se a pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico e explicativo. A coleta de dados foi feita por meio de um formulário eletrônico direcionado a alunos de 15 a 17 anos, estudantes do ensino médio integrado do Instituto de Ciência e Tecnologia e Educação do Tocantins (IFTO). Esse questionário continham perguntas que exploravam as situações em que os termos tabus são utilizados, a existência ou não de influência do grupo no uso, em que ciclos sociais encontram-se presentes e também se é conhecido o real significado deles. A partir da análise, infere-se que a maioria dos entrevistados não tem noção dos verdadeiros significados dos termos considerados tabus e que seu uso ou a proibição revela a influência sociocultural. Em relação ao preconceito que sofrem as pessoas que falam tais termos, é advindo de uma coerção social, gerados dos preceitos religiosos ou morais ainda vigentes na sociedade brasileira.   

Palavras-chave: Tabus; Comunicação; Significados; Preconceito.