Por uma topografia da “ilha” Adelino Magalhães: impressionismo e modernidade | Autores: Franco Baptista Sandanello (AFA - Academia da Força Aérea) |
Resumo: De certa forma, Adelino Magalhães pode ser visto como o impressionista brasileiro par excellence. Desde o título de seus livros (Casos e impressões; Visões, cenas e perfis; Tumulto da vida; Inquietude; A hora veloz; Os momentos; Os marcos da emoção; Íris; Plenitude; Quebraluz), é notória a preocupação do escritor pelos dramas interiores de suas personagens, focalizados a partir de uma percepção fragmentária e marcadamente visual de mundo. Neste sentido, enquanto autor “impressionista”, Adelino foi analisado por boa parte de seus comentadores (Afrânio Coutinho, Andrade Muricy, Xavier Placer, Nestor Victor et. al.), e, sob tal denominação, acabou integrado no amplo e difuso período pré-modernista. De forma a adentrar a “selva selvaggia” da “ilha” Adelino Magalhães (nos termos célebres de Eugênio Gomes), propõe-se nesta comunicação uma revisão do sentido “impressionista” de sua obra à luz de uma revisão do conceito de impressionismo na literatura, debatendo-se, consecutivamente, as particularidades de seu correlativo pictórico; as possibilidades de sua transposição à literatura, levando em conta a diferença dos meios e suportes expressivos, da tela ao papel; e, por fim, a existência de uma vertente impressionista na literatura brasileira, que vai aos extremos do “avesso da arte de escrever”, distorcendo-a até “expressar a coisa na sua realidade individualíssima” (Xavier Placer).
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