Partindo dos pressupostos teóricos da Linguística Funcional Centrada no Uso (LFCU), mais especificamente no que se refere à abordagem construcional da mudança proposta por Traugott e Trousdale (2013), objetivamos, neste trabalho, apresentar uma proposta de rede taxonômica das construções com “então” atestadas empiricamente na sincronia atual. Para cumprirmos com o objetivo de mapear essa rede, primeiramente, buscamos encontrar os pareamentos de forma e função (GOLDBERG, 2016), unidades básicas da língua, no corpus constituído a partir de duas modalidades: a escrita, composta de textos escritos retirados de blogs e revistas disponíveis na internet; e a oral, composta de entrevistas também disponíveis na internet. Após essa etapa, organizamos as construções nos níveis de esquematicidade propostos por Traugott e Trousdale (2013), a saber, microconstrução, subesquema e esquema,  e, através de uma metodologia qualitativa e quantitativa dos dados, defendemos a existência de um esquema mais abstrato, cujas funções mais gerais são a foricidade e o caráter focalizador e relacional, o qual instancia três subesquemas: i) um primeiro subesquema em que se encontram as microconstruções cuja função central é a circunstanciação temporal, com ancoragem [-subjetiva]; ii) um segundo subesquema cuja função primordial é a conexão entre sentenças, com ancoragem [+subjetiva]; iii) um terceiro subesquema, subdividido em dois subesquemas intermediários, cujas funções centrais estão envolvidas, respectivamente, no processamento textual e nas relações interacionais, estando ambos os subesquemas ligados à função de marcação do discurso, com ancoragem [+ intersubjetiva]. Este trabalho é fruto de uma pesquisa de doutorado em andamento, sob a orientação da Drª Patrícia Fabiane Amaral da Cunha Lacerda, na Universidade Federal de Juiz de Fora.