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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


Crenças e metáforas sobre si e a escola – um diálogo entre a Sociolinguística e a Linguística Cognitiva

Autores:
Lorena Nascimento de Souza Ribeiro (IF BAIANO - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano)

Resumo:

O que leva um falante nativo de uma língua a afirmar veemente desconhecê-la ao final de uma aula, quase rogando ao professor ajuda para desvendar os mistérios de uma língua que ele está exposto desde antes de se perceber falante de um difícil e vasto sistema linguístico? Essa cena é comumente vista e, em casos mais preocupantes, intensifica-se com o avançar do processo de escolarização, nestas situações, quanto mais avançada é a série, maior a chance de encontrarem-se alunos que não se enxergam como usuários hábeis de sua língua materna. Nesta realidade, a pesquisa em desenvolvimento se insere, buscando – ao observar o comportamento dos sujeitos pertencentes à comunidade de estudantes dos cursos técnicos integrados ao Ensino Médio do IF Baiano- Campus Catu perceber as crenças e atitudes linguísticas destes, para que, uma vez identificadas, seja possível elaborar estratégias de ensino mais próximas à realidade e expectativas destes seres sociais. A pesquisa encontra lastro teórico no diálogo entre a Sociolinguística Laboviana, mais precisamente nos estudos sobre avaliação social, ensino e terceira onda – Morales (1993), Gómez Molina (1996), Souza (1996), Moreno Fernandez (1998), Aguilera (2008) e Eckert (2012 e 2018); a Linguística Cognitiva – Teoria da Metáfora Conceptual de Lakoff e Johnson (1890 e 1999); e Psicologia Social –  Lambert e Lambert (1972), Steiner e Fishbein (1966). Será apresentado um recorte do corpus até então colhido, sendo proposto um diálogo entre os dados quantitativos levantados no teste de crenças e as metáforas conceptuais observadas nas entrevistas realizadas com grupos de estudantes. A análise conjunta revelou-se de importância significativa para o trabalho posto que a observação das metáforas presentes nos discursos dos alunos refutou dados quantitativos conflituosos, bem como ratificou quantificações mais maciças, revelando profícuo o diálogo intentado entre o social e o cognitivo.