Os adjetivos avaliativos há tempo vêm sendo estudados por diferentes autores sob perspectivas diferentes. Esses adjetivos são reconhecidos na literatura por poderem entrar em sentenças exclamativas (ex.1) e por poderem se apresentar em construções em que a vogal de sílaba tônica pode ser prolongada (ex. 2). Contudo, os adjetivos que fogem a esses moldes, isto é, os não-avaliativos, não podem aparecer em contextos iguais aos apresentados anteriormente (ex. 3). O objetivo desse trabalho, apesar do seu estágio introdutório, é dar um tratamento especial para os adjetivos avaliativos, no que diz respeito à sua classificação em relação aos que expressam uma opinião ou avaliação do falante.
Observou-se que os adjetivos que passaram nos testes dos avaliativos eram, semanticamente, os de grau relativo (cf. BRASOVEANU&RETT, 2017). Porém, ao expandir a procura de exemplos com esses tipos de adjetivos no Google, foram encontrados exemplos de adjetivos sem grau e de grau absoluto (cf. KENNEDY&MCNALLY, 2005) em construções que pareciam ser avaliativas. No entanto, considerou-se que, nesses contextos, a avaliação é sobre um ser humano, e não uma avaliatividade semântica. A hipótese é que, no que concerne à avaliatividade dos adjetivos de grau absoluto e sem grau, estes estão relacionados à opinião dependendo da pragmática, isto é, do contexto externo (social e cultural), não sendo leituras disponíveis para todos os adjetivos. Para testar essa hipótese, testes linguísticos serão aplicados entre os falantes do Português Brasileiro. Os falantes serão expostos a contextos em que apareçam construções avaliativas com adjetivos de grau relativo, grau absoluto, sem grau e construções neutras. Os participantes serão motivados a fazer um julgamento de valor de verdade ou de gramaticalidade. Assim, de acordo com os resultados, verificaremos se a hipótese pode ser sustentada ou não.
Exemplos:
- Que prédio alto!
- Que veeelho esse namorado!
- #Que porta aberta!