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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


CONCORDÂNCIA VERBAL NUMA PERSPECTIVA SOCIOLINGUÍSTICA: UM ENSINO PARA ALÉM DA TRADIÇÃO

Autores:
Maria Cristiane Carvalho Costa (UERN - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE)

Resumo:

O objetivo desta pesquisa foi analisar o uso da concordância verbal na sala de aula de língua portuguesa do ensino fundamental e suas implicações. Nele é apresentado um estudo sobre a variação na concordância verbal de primeira pessoa do plural na modalidade escrita de discentes do ensino fundamental. Tendo por objetivo verificar os grupos de fatores linguísticos que favorecem ou desfavorecem as realizações de concordância verbal na utilização dos pronomes nós e a gente e sua implicação para o surgimento do (pre)conceito linguístico. Os fundamentos teóricos provêm dos estudos da sociolinguística variacionista, defendida por autores como Labov (2008); Weireich; Labov; Herzog (2006); Monteiro (2000); Tarallo (1985); Pretti (1989); Bagno (2000), Scherre (2009); Bortoni-Ricardo (2004) entre outros. Esta pesquisa está fundamentada na metodologia de pesquisa qualitativa, atuando no estudo e compreensão dos dados constituídos. Em consonância com essa metodologia, realizamos o uso da pesquisa-ação visto que ela possibilita ao pesquisador investigar e planejar uma intervenção na situação problema analisada. Para tanto, buscamos intervir de maneira prática durante todo o processo de investigação, dessa forma, desenvolvemos um trabalho voltado para oficinas de produção textual com enfoque o ensino da concordância verbal a partir do princípio da adequação ao contexto em que a língua está sendo utilizada, a fim de darmos conta desta problemática. Os primeiros resultados mostram que a concordância verbal está presente na escrita dos alunos como regra variável e a alternância do uso das variantes estão condicionadas a fatores linguísticos como saliência fônica, posição do sujeito em relação ao verbo e alternância de vogal temática. Logo, a escola deve reconhecer e refletir sobre a existência e importância das variações linguísticas bem como suas implicações para a educação, combatendo o preconceito linguístico, promovendo um ensino que não enxergue na diferença linguística uma deficiência do usuário da língua.