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| “TÔ DE CHICO!” A tabuização no português falado no Maranhão | Autores: Thaiane Alves Mendonça (UFMA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO) |
Resumo: O presente trabalho, norteado pelos princípios teórico-metodológicos da Geolinguística e da Dialetologia, e com base no corpus coletado pelo Atlas Linguístico de Icatu – AlinI, encontra-se inserido na esfera dos estudos semântico-lexicais e tem como objetivo verificar a variação lexical presente nas respostas à questão 119 do Questionário Semântico-Lexical do ALinI – As mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso? – com o intuito de verificar a seleção lexical realizada por informantes de diferentes faixas etárias, nas localidades que compõe a rede de pontos do Atlas. Além da variação diatópica e diageracional, buscamos observar a influência das variáveis sociais nas escolhas das variantes lexicais, uma vez que essas escolhas revelam características do contexto social em que o indivíduo está inserido, evidenciando, inclusive, o tabu linguístico que normalmente suscita a questão. Para tanto, buscamos fundamentação nos trabalhos de Guérios (1979) e Ullmann (1964) que estudam a definição, a classificação e a tipologia do tabu. As designações para menstruação nas localidades investigadas revelaram a predominância da variante de prestígio em toda a extensão territorial de Icatu. Contudo, além desta, foram encontradas outras variantes, como (ficar de) bode, (ficar de) chico/ (tá de) chico, dias da mulher, regras/regra e tempo (da mulher)/tá no tempo da mulher, as quais revelam uma concorrência, em especial, como segunda resposta. Desse modo, o presente trabalho visa registrar o português falado, com base no Atlas Linguístico de Icatu- ALiNI, buscando as particularidades da língua em uso nessa região. Esta pesquisa contribui para a descrição do português falado no Maranhão e ratifica a inestimável contribuição que os atlas linguísticos podem dar para que se tenha um conhecimento mais circunstanciado do léxico de uma comunidade.
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