INTERFERÊNCIAS LINGUÍSTICAS NO CONTÍNUO DE ORALIDADE E ESCRITURALIDADE: UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO DO ARTIGO DE OPINIÃO NO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL | Autores: Fernanda Faustino da Silva Ribeiro de Aguiar (SME - SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE NATAL) |
Resumo: Considerando que as situações de ensino devem levar os alunos a refletirem sobre a linguagem para assim compreendê-la e utilizá-la apropriadamente às situações e aos seus propósitos, conforme nos mostram os Parâmetros Curriculares Nacionais, é que surge o presente trabalho, resultado de uma intervenção pedagógica, de caráter qualitativo, em uma turma do 9º ano de uma escola pública do município de Natal, no Rio Grande do Norte. Nossa pesquisa consistiu na identificação das interferências linguísticas enquanto sintoma de Tradições Discursivas no processo de escrita dos alunos, de acordo com os postulados de Kabatek (2006). Entende-se por interferência linguística o desvio das normas de uma língua a partir do aparecimento de elementos de uma outra, seja no campo fonético, morfológico, sintático ou lexical. A partir desse conceito, nosso estudo teve propôs-se investigar a presença das interferências entre variedades e suas influências no deslocamento das produções textuais no contínuo de oralidade e de escrituralidade, com base em Koch e Oesterreicher (1990), por meio da comparação entre as produções iniciais e as finais. Para tanto, fundamentamo-nos na Linguística Textual, segundo Coseriu (2007), a partir da distinção entre os três níveis do falar: o universal, o histórico e o individual. Através da execução de uma sequência didática, modelo sistemático proposto por Dolz e Schneuwly (2004), os alunos produziram o gênero textual artigo de opinião, sobre o qual nos apoiamos teoricamente nas contribuições de Brakling (2000). Justifica-se a escolha pelo gênero por sua pertinência para a expressão de um entendimento crítico e reflexivo de temas relevantes na sociedade, através da variedade culta. Ao final da intervenção e da análise dos resultados, constatamos o deslocamento das produções no contínuo de textos, através da substituição, pelos alunos, de interferências que caracterizam a oralidade, pelo emprego de estruturas voltadas à distância comunicativa, conforme exigência do contexto em questão.
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