A pesquisa em periódicos do século XIX pode elucidar algumas influências que os autores da época recebiam de outros países, haja vista que os jornais publicavam constantemente os livros que chegavam e onde eram vendidos. Ao analisar os jornais de Recife-PE, do tempo de acadêmico de Direito do romancista paraense Herculano Marcos Inglez de Souza (1853-1918), percebe-se que há uma grande circulação de romances franceses na capital pernambucana, época em que o autor começa a escrever seus romances. É certo que o próprio autor em entrevista dada a João do Rio, em 1904, elucida seus leitores sobre os escritores que contribuíram para a sua “formação literária”, a saber: Erckmann-Chatrian, Balzac, Dickens, Flaubert e Daudet. Dos autores citados, somente Dickens não é francês, o que revela uma massiva influência francesa na literatura de Souza, aspecto comum no referido período. Esses autores constituem um misto de tendências estéticas. Em linhas gerais, Erckmann-Chatrian e Balzac foram lidos e apreciados por Souza em sua estada em Recife e podem ser considerados influência marcante na obra do autor. Dickens, Flaubert e Daudet são nomes consagrados na literatura mundial, que, provavelmente inspiraram e fizeram com que o autor repensasse sobre suas obras e sua escrita. Essa comunicação tem como pretensão analisar a importância da literatura francesa na obra de Inglez de Souza.