Este trabalho consiste em identificar e classificar os principais desvios de ortografia a partir de um corpus constituído de produções textuais escritas por alunos do sexto ano do Ensino Fundamental II de uma escola pública da cidade de Uberaba, MG. Para isso, elaboramos e aplicamos uma proposta de redação elaborada pelo bolsista, com enfoque em relato de experiência. Posteriormente, os desvios encontrados foram classificados e investigados, quantitativa e qualitativamente, partindo pressupostos enumerados por Bortoni-Ricardo: 1. Erros decorrentes da própria natureza arbitrária do sistema de convenções da escrita, 2. Erros decorrentes da transposição dos hábitos da fala para a escrita. A partir dos principais desvios de ortografia encontrados nos textos dos alunos, elaboramos um jogo lúdico que trabalhe as questões encontradas. Ao analisarmos nosso corpus, chegamos aos seguintes resultados gerais: (a) os desvios decorrentes da própria natureza arbitrária do sistema de convenções da escrita correspondem a 25% dos desvios ortográficos encontrados nas 16 redações dos alunos; (b) os desvios do Tipo 2 correspondem a 75% dos casos, ou seja, verificamos que predomina nos textos dos alunos do Ensino Fundamental II de Uberaba, como um “problema” de escrita, a transposição dos hábitos da fala para escrita. Isso evidencia que os alunos, mesmo já tendo passado da fase que os PCN chamam de período de alfabetização (Ensino Fundamental I), ainda acreditam que a escrita é a reprodução fiel da fala. Na elaboração da atividade, utilizamos resultados da analise e do material coletado. Com esta pesquisa, buscamos contribuir nas discussões sobre o ensino de língua materna, oralidade e diversidade linguística. (Agência de Fomento CNPQ)