Buscando referências de leitura sobre a linguagem no Transtorno do Espectro Autista (TEA), observou-se uma quantidade escassa de publicações na área, especialmente no que tange aos estudos das hesitações, dado que, na grande maioria, a linguagem dentro do espectro é tratada com um olhar patologizante. Com base nesses aspectos, o objetivo geral deste trabalho é analisar os textos orais de crianças entre 6 e 12 anos de idade, a partir do fenômeno linguístico da hesitação (MARCUSCHI, 2015), à luz da Perspectiva Textual-Interativa (JUBRAN, 2015) que concebe a linguagem como interação social. Dessa forma, pretendemos observar as construções textuais baseadas nas atividades interativas entre as crianças com TEA e os profissionais envolvidos no processo comunicativo, mostrando que embora os textos produzidos na oralidade de crianças com autismo revelem aspectos discursivos como a hesitação, a repetição e a interrupção, a construção do sentido fica evidente. Para fundamentar este estudo, no que tange ao autismo, apoiamo-nos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), Orrú (2012; 2016), Klin (2006), Bosa (2006), dentre outros; no que se refere aos estudos textuais tomamos como alicerce teórico as contribuições de Koch (2015; 2016), Jubran (2015; 2017) e Marcuschi (2015). O estudo é de abordagem qualitativa, com trabalho de campo. Foram observadas 10 crianças atendidas no Centro de Integração Raio de Sol (CIRAS), dentre as quais foram escolhidas 5 com diagnóstico de TEA. Utilizamos como instrumentos a observação direta, anotações no diário de campo, questionários e gravação de áudio. As gravações serão transcritas e analisadas de acordo com as normas do Projeto Nurc.