O ensino de língua portuguesa, conforme defendido por Wanderley Geraldi, deve nortear-se por três pontos: a leitura, a produção textual e os aspectos linguísticos. O terceiro ponto constitui o objeto de análise do presente trabalho, no qual se estabelecem as bases conceituais sobre língua e gramática, uma vez que é comum e frequente a confusão entre elas. No que tange à língua, discutem-se suas correntes norteadoras: a estruturalista, embasada nos princípios de Ferdinand de Saussure, e a interacionista ou sociointeracionista, defendida por Mikhail Bakhtin, além das diferentes concepções de língua/linguagem apresentadas por Luiz Carlos Travaglia, Ingedore Koch e outros estudiosos renomados. Intencionando aproximar a teoria da prática, realizou-se questionário com 88 alunos do Curso de Licenciatura em Letras do IFFluminense. Entre as perguntas, houve destaque para a que fazia referência aos conteúdos das aulas da disciplina Língua Portuguesa. Nas respostas, detectaram-se conteúdos relacionados à gramática, leitura, escrita, comunicação e ensino. Havendo grande parte dos entrevistados apontado o ensino gramatical, tornou-se necessário discorrer sobre a gramática, considerando sua história e suas diferentes concepções. Para tanto, estabeleceu-se um diálogo entre Evanildo Bechara, Mário Perini, José Carlos de Azeredo, Celso Cunha e Lindley Cintra, bem como com Irandé Antunes e sua visão da gramática contextualizada. A partir de tais considerações, defendeu-se um espaço privilegiado para o ensino de gramática no ambiente escolar, enfatizando-se o modo como ela deve ser dada. Em relação a isso, pautou-se em Dinah Callou, ao declarar que o ensino de língua deve possibilitar ao aluno o domínio de suas diferentes modalidades de uso, a qual encontrou eco em Irandé Antunes, para quem tal ensino precisa levar o educando a uma fluente, adequada e relevante comunicação verbal.