ASSEMBLEIA DE CLASSE COMO EVENTO DE LETRAMENTO

  ADRIANA HANAYÁ FERREIRA CABRAL (SEEC)

adri.hanaya@gmail.com 

RESUMO

A busca por ressignificar o ensino de leitura, escrita e oralidade tem levado professores de língua (materna e estrangeiras) a pesquisar novas práticas educativas. Uma alternativa interessante advém das que são desenvolvidas em projetos de letramento (KLEIMAN, 2000), cujo eixo norteador são práticas sociais nas quais a escrita é utilizada para atingir outros fins que vão além da mera aprendizagem da escrita. Nesses projetos, docentes e discentes leem, escrevem e falam para alcançar objetivos específicos, e esses textos têm circulação e recepção que ultrapassam a produção da (e para a) sala de aula. Nesta comunicação oral, objetivamos explicitar as diferenças metodológicas entre o modelo de assembleia de classe de Araújo (2004) e o da assembleia de classe como evento de letramento (CABRAL, 2018). Para tanto, apresentamos um quadro-síntese com as distinções mais relevantes. Esta pesquisa-ação foi desenvolvida em uma turma de 7^o ano do Ensino Fundamental de uma escola pública estadual norte-rio-grandense. Do ponto de vista teórico-metodológico, fundamentamo-nos na perspectiva dialógica de língua(gem) (BAKHTIN; VOLOSCHINOV [1929] 1992); nos Estudos de letramento (KLEIMAN, 1995; 2005; TINOCO, 2008; OLIVEIRA, TINOCO; SANTOS, 2011); na Pedagogia Crítica (FREIRE, 1971, 1996; GIROUX, 1997, 2003; MCLAREN, 2000); nos conceitos de assembleia de classe (ARAÚJO, 2004)  e na metodologia em que se ancora a Linguística Aplicada (MOITA LOPES, 2006). Na análise dos resultados finais, destacamos como a assembleia de classe vista como evento de letramento se constitui num espaço de ressignificação de práticas de leitura, escrita e oralidade e de protagonismo dos agentes de letramento.

PALAVRAS-CHAVE: Assembleia de classe. Evento de letramento. Leitura, escrita e oralidade.