Letramento e processo de derivação de palavras: uma prática criativa em redações para o Enem | Autores: Shirley Vieira (IFES - Instituto Federal do Espírito Santo) ; Nanine Renata Passos dos Santos Pereira () |
Resumo: A presente pesquisa pretende investigar os processos de formação de palavras que implicam em itens não produtivos na língua, como por exemplo, em formas pouco utilizadas na norma culta, tal qual melhoramento, divertimento. Para essa análise, observaremos diversos textos de alunos de 3º ano, em produções textuais direcionadas ao Enem, em práticas cotidianas de sala de aula. Acreditamos que essa prática dá-se em consequência do alto grau de letramento entre tais alunos, momento em que, na busca por construções lexicais mais elaboradas, recorrem, inconscientemente, aos processos morfológicos legitimados por sua competência lexical nata. Assim, são obtidas formas possíveis, porém menos recorrentes na língua, como, nos exemplos citados anteriormente, melhoria e diversão, palavras já cristalizadas nesse contexto. Nessa proposta de análise, é possível considerar o que afirma Botelho (2005, p. 9) acerca das particularidades existentes no processo de derivação, no que tange às lacunas preenchidas pelos usuários da língua: “O caso dos ‘defectivos’ deve ser entendido como sendo uma restrição da norma e não do sistema. Formas que hoje são aceitas já foram rejeitadas anteriormente e as faltas existentes podem a qualquer momento ser preenchidas.” Portanto, ressalta-se que os objetivos dessa pesquisa são: verificar a capacidade de produção de novas formas lexicais a partir de um conhecimento intuitivo para a formação de palavras não usuais da língua; propor um outro olhar no sentido de valorizar o ato criativo no processo de produção textual dos estudantes, o qual muitas vezes é taxado como “erro”, desconsiderando a habilidade de aquisição das construções lexicais.
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