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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


Narrativas femininas contemporâneas: o YouTube na sala de aula

Autores:
Marco Túlio Pena Câmara (UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas)

Resumo:

Com o advento das novas tecnologias de informação e comunicação (TICs), altera-se, também, o modo de consumo e produção de conteúdos midiáticos, promovendo um hibridismo dessas práticas e instâncias de comunicação. Com a Internet, os ativistas têm a chance de exporem seus discursos individuais ao alcance mundial, permitindo uma identificação coletiva, permitindo novas representações e questões políticas (MAIA, 2002). Nesse sentido, o artigo propõe o uso de um canal do YouTube para fins educativos, promovendo maior debate de gênero (PINTO, 2010) e racial (CARNEIRO, 2011), seguindo a pedagogia da diversidade (GOMES, 2011). Para tanto, escolhemos o canal Afros e Afins, reconhecidamente importante enquanto midiativismo racial no Brasil. A intenção é propor intervenções em sala de aula para que estudantes reflitam sobre a sociedade e, também, pratiquem a educação para os meios (BUCKINCHAM, 2008; 2012) no sentido de contribuir para a formação crítica desses alunos, principalmente em uma sociedade cada vez mais midiatizada e atravessada por discursos midiáticos e tecnológicos, que aumenta o contato de jovens com as tecnologias de informação. Nesse contexto, acreditamos na hibridização dos espaços físicos e virtuais, a partir da imersão e intersecção desses espaços (SANTAELLA, 2013). Tal perspectiva vai ao encontro do papel educativo e educacional que vídeos e as perspectivas midiativistas tem em sala de aula, já que a aprendizagem ubíqua (SANTAELLA, 2013) prevê interação de estudantes com plataformas virtuais, a formação subjetiva e a construção individualizada do conhecimento baseada nos processos abertos de aprendizagem. Assim, acreditamos que canais de YouTube, com narrativas de mulheres e enquanto produtos midiativistas, como o proposto, podem servir de material auxiliar no ensino formal, fomentando a discussão de gênero e étnico-racial em sala de aula, desencadeando outros debates caros à formação acadêmica e pessoal dos estudantes.