O presente trabalho visa apresentar uma pesquisa sobre os letramentos na escola e os usos da escrita, à luz dos (Novos) Estudos do Letramento (BARTON E HAMILTON, 2004; KLEIMAN, 1995, 2008; STREET, 2003, 2010, 2014; TÔRRES, 2009) e das teorias do discurso. Objetivou-se com esta pesquisa conhecer as práticas e os eventos de letramento a que os alunos são expostos na segunda etapa do Ensino Fundamental, com a intenção de observar quais dessas práticas e eventos possibilitam uma maior ampliação do(s) letramento(s) desses alunos, face aos usos da língua(gem) demandados pela sociedade contemporânea. Ainda hoje, uma significativa parcela de alunos, oriundos das escolas públicas, tem apresentado baixo desempenho em leitura e escrita, nos diversos segmentos de ensino, apesar dos muitos anos de escolarização. O que tem gerado exclusão desses sujeitos dos processos sociais da sociedade, cada vez mais letrada e grafocêntrica (SOARES, 2005). Por outro lado, outra parcela de alunos, também oriunda de escolas públicas, tem apresentado melhor domínio da língua e dos diferentes letramentos. Tal realidade dicotômica suscita a reflexão acerca da relação entre as práticas de língua(gem) na sociedade e as desenvolvidas no contexto escolar, e suas implicações para o letramento dos alunos.  Trata-se de uma pesquisa qualitativa de cunho etnográfico, realizada em uma escola pública do sul de Minas. A pesquisa sinaliza para a relevância de se desenvolver  práticas que possibilitem o uso real da escrita e da leitura no contexto escolar; e para a importância do papel da escola na ampliação do letramento dos alunos e no acesso aos novos letramentos.  Espera-se que este estudo possa ser uma contribuição para a escola pública reafirmar o seu papel como agência  de letramento(s), considerando que a leitura e a escrita são ferramentas poderosas para  possibilitar maior inserção dos sujeitos nos processos da sociedade letrada e consequente desenvolvimento humano.