A disseminação dos resultados de pesquisas brasileiras em contexto global é uma preocupação e prerrogativa nas métricas de órgãos de fomento. Em consequência disso, há uma demanda das universidades brasileiras em aumentar o número de publicações e estimular a escrita em contexto acadêmico (SZUNDY, 2016) com vistas a expandir o espaço da ciência brasileira no mercado global. Nesse sentido, faz-se necessário investigar as dificuldades e soluções encontradas por pesquisadores no momento da escrita para além do simples domínio das convenções da língua e dos gêneros isoladamente. Para essa investigação, este trabalho realizou um estudo de caso com 11 alunos do programa de pós-graduação na área de estudos da linguagem de uma universidade pública. Foi solicitado aos participantes que produzissem em até 45 minutos um resumo para uma revista internacional na área de estudos da linguagem. A gravação da tela e da webcam foram registradas em vídeo por meio de software (Screencastify) e os registros foram sistematizados com a ajuda do software Atlas.ti. Além disso, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas individuais que complementassem as informações gravadas em vídeo. Após a coleta, foram identificados os recursos usados e os padrões de navegação, incluindo tradução, busca, acessos às páginas de revista ou outros materiais e ferramentas usados para a tarefa. A identificação dos recursos e padrões levou ao estabelecimento de estratégias usadas pelos participantes e indicou a presença de dimensões ocultas na escrita acadêmica identificadas previamente por STREET (2010). Os resultados também apontam para a possibilidade da experiência com publicações internacionais ser uma variável de maior relevância e que guia as estratégias de escrita.