Este trabalho aborda as construções encaixadas completivas subjetivas (doravante construções subjetivas) no português do Brasil, numa abordagem centrada no uso, de base funcionalista, sob um viés pancrônico, e com contribuições dos domínios cognitivos propostos por Bybee (2016). A construção subjetiva é constituída de oração matriz seguida de sujeito oracional, numa ordem não marcada. Pode-se correlacionar os três tipos de construções subjetivas- deôntica, epistêmica, avaliativa- ao escamoteamento da expressão de subjetividade. A oração matriz com verbo em terceira pessoa do singular propicia uma análise morfossintática de unipessoalização (NEVES, 1996), uma não-pessoa; a seleção do adjetivo auxilia no posicionamento do locutário frente à informação veiculada na oração subjetiva; a preferência por uma oração subjetiva na forma não-finita auxilia na projeção de valor de impessoalidade da construção (LANGACKER, 2011); e toda a construção torna-se uma “ilha” de impessoalidade e de generalidade, cercada de manifestação de elementos linguísticos de experiência pessoal (DIAS e BRAGA, 2018). O (co)texto discursivo mantém uma estreita relação com a manifestação de subjetividade do locutário. Da perspectiva que concebe a produtividade como frequência (BYBEE, 2016), pode-se afirmar que as construções subjetivas são pouco produtivas: em um córpus constituído por 2.528.176 milhões de palavras, foram identificadas apenas 758 ocorrências. Do ponto de vista que vê a produtividade como a extensibilidade de um esquema, e adotando-se como o ponto de partida a noção de subesquemas avaliativo, deôntico e epistêmico , pode-se sustentar que as construções subjetivas são medianamente produtivas, haja vista o número relativamente grande de adjetivos que podem ocupar a posição de predicativo do verbo ser.