Imprimir Resumo


Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


“Você tem uma credit account? Tenho, mas vou pagar cash mesmo; pode incluir a tip aí” Apelando para o code switch como estratégia comunicativa

Autores:
Rosa Marina de Brito Meyer (PUC-RIO - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro)

Resumo:

Observando a comunicação entre bartenders entre si e com customers  em um aeroporto em New York, percebi que, dependendo do contexto, eles apelavam para diferentes recursos comunicativos. Ora usavam a sua língua materna, o espanhol, ora a sua língua de cidadania, o inglês. Algumas vezes alternavam as línguas ao dirigir-se a diferentes pessoas, outras vezes as alternavam na conversa com uma mesma pessoa ou até entre eles mesmos. Algumas vezes, um falava em espanhol e o outro respondia em inglês, outras vezes acontecia o oposto. Outras horas, mesmo que falando ambos uma das línguas, enriqueciam as suas falas com palavras ou expressões da outra língua. Na hora de cobrar, não falhavam em lembrar que a tip podia ser incorporada à check. E a cabeça de uma pesquisadora de L2s, frente a essa fascinante situação, já se perguntava: o que faz com que eles escolham esta ou aquela língua em cada enunciação? Quais estratégias comunicativas os levam a imiscuir palavras e expressões do inglês em seus enunciados em espanhol e vice-versa? E logo veio a constatação mais difícil: a de que, apesar de os falantes de duas ou mais línguas se utilizarem do recurso do code switch com frequência, nós, professores de L2s, entendemos que devemos coibir este tipo de comportamento. Assim, fazemos sempre com que nossos alunos substituam palavras de sua língua materna, ou mesmo de outras línguas, como o inglês língua franca, eventualmente usadas em sala de aula, por palavras da língua alvo. Será justo? Algumas teses sobre o code switch, como RAZUK (2008) e CARVALHO (2013), respondem algumas destas perguntas. Mas ainda há muito a refletir sobre o assunto, como veremos nesta comunicação.