Durante o século XIX, devido às transformações sociais que aconteciam no mundo, com o surgimento das indústrias e a produção em larga escala, a literatura tornou-se bem de consumo, principalmente em forma de folhetim.  Assim, os livreiros da época, almejando o crescimento no número de leitores e a vendagem de jornais e livros, planejavam, de todas as formas estratégias que pudessem transformar o livro um produto de consumo popular. Ignorando os críticos literários da época, em diversas situações, os livreiros costumavam lançar, em forma de livro, folhetins que faziam sucesso com o público leitor, visando apenas o lucro e não a qualidade dos romances publicados. Neste contexto, este estudo irá analisar os folhetins: A viuvinha e Cinco Minutos, do romancista José de Alencar, os quais, apesar de alcançar, em um curto espaço de tempo, um número significativo de leitores, foram totalmente ignorados e, em alguns momentos rechaçados pela crítica literária da época. Será confrontada a maneira como o romancista tão rechaçado em seu tempo, ganhou lugar de destaque nas estantes dos acadêmicos e leitura obrigatória nas escolas da atualidade. Para elaboração deste estudo, foram utilizadas como fonte de pesquisa jornais de circulação da época, e relatos de críticos literários oitocentistas, bem como o romance autobiográfico Como e porque sou romancista do escritor José de Alencar.