Literatura e libert-ação: Sacolinha e a Associação Cultural Literatura no Brasil | Autores: Laeticia Jensen Eble (UNB - Universidade de Brasília) |
Resumo: A noção de que o livro e a leitura podem mudar a vida de alguém e, consequentemente, mudar o mundo, costuma ser consenso entre escritores, assim como para boa parte dos leitores. Nas periferias, a literatura também é encarada como uma alternativa ao crime. Diante do que o tradicional determinismo prega, de que as camadas pobres da população não têm disposição para a leitura literária porque seu passado não as vincula a um letramento estético, é importante ressaltar que tais disposições são históricas e não pessoais, e se podem ser enfraquecidas, também podem ser reforçadas. Nesse sentido, para Maria das Graças Paulino (2008, p. 64-65), as motivações para a leitura literária têm de “ser encaradas em nível cultural mais amplo que o escolar, para que se relacionem à cidadania crítica e criativa, à vida social, ao cotidiano”. Nesse contexto, apresentamos o trabalho do escritor Ademiro Alves, mais conhecido como Sacolinha, à frente do coletivo Associação Cultural Literatura no Brasil (ACLB). Em atividade há 15 anos, a ACLB promove diversos projetos de incentivo à leitura e à produção literária no município de Suzano e região, tais como o Sarau Literatura Nossa, a Comunidade do Conto e o Sarau nas Escolas, entre outros. A análise aqui proposta desenvolve-se sob a perspectiva da educação não formal, que, de acordo com Maria da Glória Ghon (2010, p. 5, promove a educação para a justiça social; para os direitos (humanos, sociais, políticos, culturais etc.); para liberdade; para igualdade; para democracia; contra discriminação; entre outros. Para a discussão, nos apoiaremos em Candido (2004), Gadotti (2005), Gohn (2015) e Zilberman (2008) entre outros, a fim de demonstrar a importância do papel da educação não formal ao proporcionar inclusão social por meio do resgate da riqueza cultural dos participantes.
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