O presente trabalho tem por objetivo discutir a presença de Júlia Lopes de Almeida (1862-1934) no periódico A Sempre-Viva, publicado em Curitiba/PR em 1924-1925. A revista feminina em estudo procedia à valorização dos nomes de diversas autoras, adotando uma atitude pioneira que antecipa o resgate de escritoras levado a efeito pela Academia décadas mais tarde. Concomitantemente, publica textos de autores consagrados, como era o caso, à época, de Júlia Lopes de Almeida – a qual, entretanto, após seu falecimento, passou longo tempo envolta pela névoa do esquecimento. A análise do contexto histórico em que se insere a revista  - qual seja, uma sociedade patriarcal e hegemonicamente masculina - ajuda a compor um retrato da mulher brasileira do final do século XIX e início do XX, época em que ainda grassavam os ideais referentes à mulher como “rainha do lar”, o que faz sobressair, ainda mais, a atitude desbravadora de nossas escritoras precursoras, relegadas a um olvidamento, inclusive nos cursos de Letras, que esta pesquisa pretende minimizar. O aporte teórico utilizado para o desenvolvimento da presente comunicação apoia-se em autoras como Constância Lima Duarte, Zahidé Lupinacci Muzart, Nelly Novaes Coelho, Tania Regina de Luca, Syvia Perlingeiro Paixâo e Mary Del Priore.