Ao conceber as TIC como criações humanas fundamentais ao pensamento crítico e processo pedagógico, sob uma perspectiva histórico-cultural vigotskiana (WERTSCH, 2002), mais do que meramente atender a demandas de mercado, é fundamental conceber o professor de línguas como um intelectual e as TIC como instrumentos culturais que interferem no fluxo das ações humanas, transcendendo uma ótica instrumental e tecnicista. Assim, o objetivo do estudo ora relatado é construir entendimentos teóricos e epistemológicos em torno do que, de fato, representa o processo de ensino e aprendizagem de línguas e mesmo a formação docente integrada às TIC, dando continuidade a estudos conduzidos pelo Grupo de Pesquisa/CNPq “Mongaba: educação, linguagens e tecnologia” ao qual estamos vinculados. Para tanto, buscamos explicitar de que forma a presença de TIC em artigos de popularização científica ligados à educação e ensino de línguas, em diferentes países, parece representar, socialmente, uma espécie de inovação. A pesquisa, ainda em andamento, deverá evidenciar indícios sobre como ciência é popularmente entendida e, por consequência, “demandada” a governos e mesmo agências de fomento à pesquisa, a ponto de “serem merecedoras” ou não de investimentos. O corpus da pesquisa está sendo constituído junto a revistas de popularização científica nacionais e estrangeiras e editais de pesquisa na área de Educação e Letras a fim de buscar indícios sobre que assuntos são ligados a essas publicações e a partir de que pressupostos as pesquisas são realizadas. A análise linguística é pautada na Análise Crítica do Discurso e Linguística Sistêmico-Funcional. Resultados deverão auxiliar a comunidade científica e professores, uma vez que o estudo e análise de gêneros ligados à popularização científica auxiliam no desenvolvimento do pensamento científico crítico e reflexivo necessário aos sujeitos em diálogo com o texto histórico e social em que se inserem, ampliando suas competências argumentativas, permitindo-lhes atuação efetiva na sociedade.