FRONTEIRA BRASIL-COLÔMBIA-PERU: AMBIENTE ECOLINGUÍSTICO, LÍNGUAS E REPRESENTAÇÃO EM REGIÃO DE CONTATO | Autores: Ana Leticia Ferreira de Carvalho (UEA - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS) |
Resumo: O município de Tabatinga fica localizado na tríplice fronteira entre o Brasil, a Colômbia e o Peru. A fronteira com a Colômbia é terrestre, onde o único marco limítrofe é uma haste com as duas bandeiras, o que faz com que a população local transite livremente entre os dois países como se as duas cidades (Tabatinga-Brasil e Letícia-Colômbia) fossem uma só. Já a fronteira com o Peru é fluvial, necessitamos atravessar o Rio Solimões até a Ilha de Santa Rosa-Peru. O contato entre as populações da tríplice fronteira podem caracterizar um ambiente marcado por fortes relações num espaço-temporal a partir de especificidades de ordem histórica e política, geradoras de um ecossistema linguístico particular. As representações discursivas podem estar repletas de enunciados expressando os mais variados tipos de sentimentos, partindo-se do princípio de que o discurso do sujeito enunciante traz consigo fragmentos dessa realidade. Numa situação de mobilidade típica de fronteira, os povos estabelecem relações socioeconômicas e sócio-históricas que podem determinar o tipo de contato linguístico entre os povos. Nessa situação de contato o sujeito da fronteira constrói a partir do seu discurso representações baseadas em fatores sócio-históricos. Estes são considerados fatores ecológicos, pois em um ambiente onde acontecem as interações é possível que haja uma influência na construção dessas representações. O objetivo dessa pesquisa é estudar o contato linguístico na região fronteiriça Brasil-Colômbia-Peru, definindo a dinâmica social e a concorrência das línguas nessa região de fronteira territorial e linguística. Como o objeto temático deste trabalho tem profunda relação com o seu meio-ambiente, faz-se necessário um estudo do contato linguístico sob a visão da Ecolinguística (COUTO, 2007-2009), Mufwene (2001) e, também sob o conceito de “redes sociais” (BORTONI-RICARDO, 2011), pois o tipo de fronteira é determinante para marcar a mobilidade das populações e a intensidade dos contatos nos dias atuais.
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