ASPECTOS LINGUÍSTICOS DA TERRITORIALIZAÇÃO EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO BAIXO AMAZONAS | Autores: Celiane Sousa Costa (UFPA - Universidade Federal do Pará) |
Resumo: Neste trabalho, apresentaremos uma análise geolinguística (proveniente da tese de doutoramento, em andamento, orientada pela Profa. Dra. Marilucia Barros de Oliveira) acerca da variação de itens léxicos empregados em sete comunidades quilombolas do Baixo Amazonas, fundamentada na Dialetologia Pluridimensional (RADTKE & THUN 1996; THUN 1998, 2000, 2009, 201a) com o objetivo de contribuir para o conhecimento das dinâmicas de territorialização linguística no espaço pluridimensional (ALTENHOFEN 2006, 2013, 2014). As ocorrências léxicas, coletadas conforme os procedimentos da Dialetologia Pluridimensional a partir das dimensões diatópica (Abuí, Água Fria, Arapucu, Silêncio, Pacoval de Alenquer, Saracura e Tiningu), diastrática, diageracional e diafásica (questionário semântico-lexical e conversa), foram descritas para evidenciar como a mobilidade ao longo dos espaços contribui para a construção das experiências linguísticas dos grupos de afro-brasileiros e favorece a territorialização. As informações linguísticas advém do Questionário Semântico-Lexical (QSL) proposto pelo Projeto ALiB (COMITÊ NACIONAL DO PROJETO ALIB, 2001) e da conversa com temas semi-dirigidos. Acrescentamos aos indicadores léxicos da territorialização aspectos sociais relevantes por evidenciarem formas de comportamento, costumes e inter-relação do grupo com o espaço. O resultado da análise aponta para aspectos léxicos da territorialização linguística das comunidades quilombolas do Baixo Amazonas envolvendo variantes léxicas resultantes dos efeitos dos contatos étnicos e da experiência dos grupos. Entendemos, com isso, que o conceito de territorialização reafirma importantes avanços trazidos pelo enfoque pluridimensional ao paradigma dialetológico que culminaram com a desestagnação do homem no espaço.
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