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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


História, ficção, loucura e misticismo: Rosa Egipcíaca e Stela do Patrocínio

Autores:
Fabiana Bazilio Farias (UNIGRANRIO - Universidade do Grande Rio)

Resumo:

Foucault quando aborda a questão da loucura diz que esta na Idade Média e no Renascimento era uma presença no horizonte social, um “fato estético” ou cotidiano, uma natureza de revelação. É na Idade Moderna que a loucura passa a estar no espaço de exclusão, da doença mental a ser tratada e retirada das relações sociais. Partindo desta reflexão inicial, esta comunicação busca investigar as relações entre loucura e misticismo ancoradas nos corpos negros de Rosa Egipcíaca (1719-1778) e Stela do Patrocínio (1941-1992). Pretende-se, pelo diálogo dessas duas figuras de contextos históricos bem distintos, refletir acerca dos signos da loucura e das marcas de exclusão e silenciamento institucional e seus reflexos sociais, históricos e artísticos. Rosa Egipcíaca, ainda no período do Brasil colônia, é registrada como a primeira mulher negra a escrever um livro no Brasil. Sua trajetória relaciona misticismo, santidade, prostituição, violência e perseguição institucional. Já no século XX, Stela do Patrocínio, diagnosticada com esquizofrenia e internada na colônia Juliano Moreira no Rio de Janeiro, tem sua fala foi registrada em cassetes que é transcrita postumamente e organizada no livro Reino dos bichos e dos animais é o meu nome (Rio de Janeiro: Azougue, 2002). A presente leitura, dessa forma, buscará estabelecer relações de proximidades entre essas duas figuras tendo como eixos de discussão a relação do corpo negro e suas dimensões sociais e o misticismo em torno dessas vozes que portam saberes e conhecimentos oriundos de uma tradição de oralidade e da narrativa de experiências.


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