O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA A ALUNOS SURDOS: EXPERIÊNCIAS E APRENDIZAGENS EM UMA SALA DE RECURSOS | Autores: Márcia da Silva Furlanetto (UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso) |
Resumo: Este artigo tem como objetivo trazer à cena resultados de um trabalho realizado na Sala de Recursos de uma escola pública no município de Colíder-MT, oriundo da minha experiência e atuação nessa área. A Sala de Recursos configura-se como um espaço prioritário de atendimento aos alunos com deficiência, sendo as aulas são ministradas de acordo com a especificidade de cada aluno. Sobre o ensino de Língua Portuguesa, como segunda língua, a alunos surdos, este se dá na perspectiva dos letramentos, considerando sobretudo o conhecimento de mundo que o aluno traz consigo. A língua quando ensinada a partir do seu contexto de uso, tem outro significado que não somente a sua estrutura, o seu código. Para sustentar esse trabalho, lanço mão das contribuições de Pereira (2014); Fernandes (2006); Soares (2010); Kleiman (1995); Street (2004). A metodologia utilizada nesse processo é a pesquisa-ação (THIOLLENT, 2011), por possibilitar ao professor uma constante reflexão de forma crítica e reflexiva sobre a própria prática docente e, com isso, ressignificá-la. Os resultados satisfazem, indo muitas vezes além das expectativas, pois o ensino de Língua Portuguesa, orientado pela perspectiva dos letramentos só colabora para uma melhor aprendizagem das práticas de leitura e escrita do aluno surdo, situando-o cada vez mais como sujeito autônomo e proficiente em uma sociedade em boa parte grafocêntrica. Destacamos, ainda, que a Sala de Recursos, quando compreendida como um espaço propiciador para o processo ensino-aprendizagem, passa a ter mais e maior visibilidade por parte daqueles que a frequentam, refletindo de maneira profícua na repercussão de um ensino de melhor qualidade.
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