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| Alfabetização na sala de aula de Ensino Fundamental: condições de produção, saberes dos professores e instauração da autoria. | Autores: Letícia Moraes Souza (USP - Universidade de São Paulo) |
Resumo: A presente pesquisa teve como objetivo investigar as condições de produção em que ocorre a alfabetização (ensino de Língua Portuguesa) em salas de aula dos dois primeiros anos do Ensino Fundamental I, e ainda, observar se e como o trabalho pedagógico com a alfabetização realizado em sala de aula possibilita ao educando ocupar o lugar de autor de seu próprio dizer, por fim, buscamos conhecer os saberes dos professores sobre a alfabetização, o letramento e a autoria. Para cumprir tais objetivos entrevistamos (através de questionários semiestruturados) professores alfabetizadores da rede estadual paulista e realizamos observações de aula com registro em caderno de campo. Essas entrevistas foram transcritas na íntegra, sendo selecionados recortes e sequências discursivas de referência - SDR (COURTINE, 1982) que posteriormente foram analisadas. Nossas análises se sustentam no arcabouço teórico-metodológico da Análise de Discurso (matriz francesa pechêutiana), na Teoria sócio histórica do letramento e nas Ciências da educação. Após múltiplos olhares, concluímos que o trabalho pedagógico está predominantemente pautado em uma concepção de língua opaca, única, onde a paráfrase dita o direcionamento das atividades, com isso, as condições de produção da alfabetização não se mostram favoráveis para a aquisição da leitura e da escrita de maneira significativa. Observamos que o trabalho pedagógico com a alfabetização realizado em sala de aula (afixado nas normas do material didático) não possibilita ao educando, e nem ao professor, ocupar o lugar de autor de seu próprio dizer. Essas relações na/da sala de aula não abrem brechas para a polissemia, e não afetam os sujeitos da relação de ensino-aprendizagem, o que torna o trabalho pedagógico sem sentido(s) para aqueles que o fazem.
Agência de fomento: FAPESP |
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