A VARIAÇÃO NA CONCORDÂNCIA NOMINAL DE NÚMERO NA FALA DOS HABITANTES DE JUTAÍ (AMAZONAS/BRASIL) | Autores: Flávia Santos Martins (UFAM - Universidade Federal do Amazonas) |
Resumo: Este estudo corresponde a um recorte de uma pesquisa de doutorado que teve como objetivo geral investigar o fenômeno da concordância nominal de número no falar dos habitantes do alto Solimões (Amazonas), à luz da Sociolinguística Variacionista e da Dialetologia Pluridimensional. Nesta comunicação, objetiva-se refletir sobre os resultados que dizem respeito apenas à cidade de Jutaí. Com o intuito de entender o funcionamento do objeto em estudo, foram controladas as seguintes variáveis independentes linguísticas e extralinguísticas: posição relativa, posição linear, classe gramatical, “saliência fônica”, marcas precedentes, contexto fonético/fonológico subsequente e características dos itens lexicais, idade, escolaridade, sexo, diatopia, ocupação, mobilidade e localismo. Quanto à amostra, no município de Jutaí foram entrevistados 11 informantes. Para análise dos dados, foi utilizado o programa estatístico Goldvarb 2001. A partir dos SNs coletados das entrevistas da cidade de Jutaí foram analisados 1.211 dados. Desses dados, o resultado geral da análise evidenciou 781 ocorrências da variante “presença de marcas formais/informais de plural”, correspondendo a 64% dos dados, e 430 da variante “ausência de marcas formais/informais de plural”, correspondendo a 36% dos dados. No que tange à análise estatística dos fatores que podem estar condicionando ou não a variação nessa cidade, considerando a rodada sem a variável classe gramatical e também sem a variável localismo, as seguintes variáveis mostraram atuar sobre a variante “presença de marcas formais/informais de plural”, por ordem de seleção: posição em relação ao núcleo/núcleo, processos morfofonológicos de formação de plural e tonicidade dos itens lexicais, ocupação, marcas precedentes, sexo, mobilidade, contexto fonético-fonológico subsequente e idade. Como se observa, tanto grupos de fatores linguísticos quanto extralinguísticos mostraram-se relevantes para entender a regra de funcionamento do fenômeno em estudo na cidade de Jutaí.
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