Este artigo tem como resultado o trabalho de um PIBIC realizado através da Universidade Estadual da Paraíba, e tem como objetivo identificar as estratégias narrativas na construção dos diversos tipos de violência presentes na obra “Zero” (1974), de Ignácio de Loyola Brandão, no contexto da Ditadura Militar (1964-1985). Nessa perspectiva, o artigo evidencia a construção das personagens no romance “Zero” como contraponto a um discurso que sujeitava homens e mulheres ao “esmagamento” de suas identidades e ao “silenciamento” de suas vozes, por meio de estratégias narrativas que permitiram a circulação do romance, a despeito do contexto repressor.
Entre outros aspectos, o artigo propõe analisar “violência” e “opressão” discursivas, como estratégia de controle social do Estado totalitário brasileiro, sobretudo, nos meios de comunicação jornalísticos, visto que havia um controle midiático articulado por meio da censura, à época. Ao perceber que a censura controlava os meios de comunicação, dentre os mais variados aspectos temáticos, diversos jornalistas encontraram na literatura uma forma de persuadir o controle estabelecido, de forma estética e ficcional, a fim de denunciar e expor as mazelas do período vigente. Dessa forma, como meio metodológico, será feita a pesquisa acerca da obra em análise por meio da comunhão com a base teórica, a fim de analisar a formação discursiva e a estrutura narrativa de “Zero”, como objeto de resistência política em um contexto ditatorial brasileiro.
Para isso, como embasamento teórico teremos BOSI (2002); CANDIDO (1989); COSSON (2001); FOUCAULT (1981); HALL (2003); MAINGUENEAU (2006); ORLANDI (2015); PELLEGRINI (1989) e RESENDE (2008).