Nossa pesquisa busca analisar os discursos proferidos no 1° Congresso Médico de Pernambuco, realizado na cidade de Recife, ocorrido entre os dias 25 de abril e 2 de maio de 1909, quanto aos seus estudos, práticas e influências no Estado. Dentre as análises dos médicos são destacáveis as questões sanitárias da cidade do Recife, no que se refere à sua estrutura e habitação, assim como questões voltadas à degenerescência entre loucos e criminosos, e à conseguinte prevenção desses males.
Através do olhar do Filósofo Michel Foucault, a pesquisa identifica uma preocupação muito característica da medicina social concentrada em ações de higienização dos espaços e na legitimidade do discurso médico para interferir nas decisões do Estado. A partir da análise do discurso do campo da linguística é perceptível sua manifestação como uma prática social que é composta de ação e representação. O discurso é atravessado pelos eventos sócio-históricos e tem o sujeito como intermediário entre a determinação estrutural e a agência consciente, segundo os estudos de Fairclough. Entre os anais do congresso e relatos de jornais, procuramos desenvolver uma pesquisa que demonstre a construção de regimes de verdade e efeitos de verdade – como identificado nos trabalhos de Foucault – na sociedade pernambucana.