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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


O discurso sobre ‘jovem’ nas políticas públicas para o ensino médio: formas de interpelação/interdição do sujeito para o processo escolar?

Autores:
Divino Alex Rocha de Deus (UNEMAT - UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO)

Resumo:

A partir da Análise de Discurso (Pêcheux 1969, na França; Orlandi 1996, no Brasil) este trabalho busca compreender o modo como o aluno do Ensino Médio é dito/significado por uma tomada do sujeito como ‘jovem’ no/para o processo escolar. Os materiais de leitura para este empreendimento são as políticas públicas como Pacto pelo Ensino Médio; Matriz de Competências e Habilidades do Ensino Médio; Reforma do Ensino Médio e a BNCC. Colocando em suspeição o mecanismo de produção de sentidos para o sujeito dito como ‘jovem’ (tal qual como funciona na relação com forma-sujeito capitalista - livre e submisso - Orlandi 1996), os procedimentos teórico-analíticos discursivos apontam uma regularidade de sentidos mobilizados nos documentos de políticas públicas, os quais tomam o sujeito escolar do ensino médio como aquele deve fazer escolhas para vir a ser cidadão/ser social/trabalhador e a escola (pensada tal qual problematiza SILVA 2015 e 2017) aparece como instituição legitimada para trabalhar esse processo. Assim, a tomada do estudante como ‘jovem’ funciona como mecanismo de interpelação/interdição do sujeito, pelo qual o Estado opera com toda força na individuação e de subjetivação de seus sujeitos. (Como o discurso de escolhas materializado na Reforma do Ensino Médio analisado por PFEIFFER 2017 e 2018). O percurso de análise no trabalho permite compreender que o Estado, via escola, supõe uma dada completude do sujeito (a posteriori), nessas condições, nega-o enquanto sujeito já estruturado em/na linguagem (cf. MAGALHÃES; MARIANI 2010), quantificando-o por sua falta, o que dificulta ao sujeito-aluno historicizar-se, compreender-se no processo escolar e na História. Mas não ritual sem falhas.