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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


Territórios imaginários e escravidão: Joaquim Francisco Santana, voz negra na cantoria e na literatura de cordel do XIX

Autores:
Ronaldo Vitor da Silva (IEB/USP - Instituto de Estudos Brasileiros/ Universidade de São Paulo)

Resumo:

Tomando como perspectiva inicial a Política de transfiguração praticada pelas comunidades negras da Diáspora, assim como outros repertórios teóricos que sustentam uma íntima relação entre a experiência escrava e as produções culturais nas Américas, a pesquisa busca realizar uma análise crítica e reflexiva sobre a presença negra em um subgênero da literatura de cordel, o Marco. Nesse sentido, busca-se interseccionar, em uma via comum, o universo das cantorias populares e da literatura de cordel com a herança da escravidão em suas múltiplas faces. É objetivo do trabalho, portanto, investigar como as relações sociais sob o cativeiro possibilitaram a formação de uma poética coletiva, comunitária, capaz de envolver tanto anseios e desejos gerais, quanto formas complexas de expressão da individualidade
Nesse sentido, a figura do cantador negro, poeta e lavrador, Joaquim Francisco Santana, se mostra como feixe de possibilidades de compreensão dos confrontos raciais e sociais que permeavam o universo da poesia popular na virada do século XIX para o XX, da mesma forma que expõe modos de agir e reagir, de afirmação objetiva e subjetiva de sujeitos marginalizados por uma sociedade alicerçada no escravismo açucareiro
Ainda em andamento, a pesquisa é tema de mestrado realizado sob orientação do professor Paulo Teixeira Iumatti, da Universidade de São Paulo (USP)