RESUMO
Antonio Valter Santos Barreto[1]
Humberto Hermenegildo de Aráujo[2]
Os jornais foram durante os séculos XVIII e XIX, os maiores divulgadores de Literatura no Brasil, fato que também ocorre no século XX, especialmente na primeira metade deste em que o livro era um artigo caro e de prestígio das elites. Para historiadores como Nelson Werneck Sodré (1966), esse processo de aprimoramento da imprensa, se deu a partir do surgimento da Gazeta de Notícias em 2 de agosto de 1875, no Rio de Janeiro. A Gazeta surge com uma publicação que provocaria novidades notáveis no campo jornalístico, pois trazia uma série de mudanças que seriam seu ponto chave para a conquista de leitores, dentre eles a facilidade de aquisição de exemplares, dada por seu preço acessível. Na cidade de Ilhéus, na região do cacau na Bahia, já na primeira metade do século XX, quem cumpre esse papel é o jornal Diário da Tarde que funciona dos anos de 1928 a 1978 e é um grande divulgador das publicações literárias, sejam elas regionais, nacionais ou mundiais. As publicações literárias do jornal de Ilhéus são diárias e estão sempre na página dois, quatro ou em colunas literárias. Nas páginas e colunas do Diário é possível encontrar contos, crônicas, poesias, trechos de romances de autores como Jorge Amado, além de artigos e cartas. O uso do pseudônimo também é uma característica importante das publicações literárias desse período, pois muitos autores preferiam não ser identificados. Outro fato marcante do jornal e que ele abre espaço para as publicações femininas.
Palavras-chave: Jornal. Literatura. Imprensa.
[1] Estudante de pós-graduação em Estudos da Linguagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte- UFRN.
[2] Professor Doutor, do Programa de pós-graduação em Estudos da Linguagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN.