Os sistemicistas, de uma forma geral, consideram que ler significa muito mais do que simplesmente decodificar palavras na superfície do texto, implicando necessariamente o fato de que as escolhas léxico-gramaticais realizadas pelos falantes/escritores são realizadas em função de seus interesses e motivações contextuais. Nosso objetivo, neste trabalho, é apresentar algumas contribuições que a abordagem sistêmico-funcional da linguagem tem a oferecer no âmbito da análise de textos em Língua Portuguesa. Por se caracterizar como uma teoria sociossemiótica, que prioriza a íntima relação da léxico-gramática com a semântica e o discurso, a Linguística Sistêmico-Funcional permite compreender como a Língua Portuguesa varia, de acordo com o usuário e com as funções sociais que a língua desempenha em diferentes situações e contextos comunicativos (HALLIDAY & MATTHIESSEN, 2014). Assim, a Linguística Sistêmico-Funcional, que considera a linguagem como resultado da interação social, sendo construída por interlocutores reais situados em contextos sociais específicos, busca identificar as estruturas de linguagem que contribuem para a construção do sentido dos diferentes textos. Desse modo, buscaremos demonstrar que a seleção feita pelo falante/escritor, no campo do léxico e das estruturas gramaticais, reflete o propósito social dos diferentes gêneros e funciona como poderosa ferramenta para a leitura crítica dos textos, favorecendo a formação de leitores mais proficientes.