MUITO MAIS QUE ENSINAR GRAMÁTICA: CRIAR CONDIÇÕES PARA A LEITURA E PARA A ESCRITA
As aulas de Língua Portuguesa precisam ser a base segundo a qual os sujeitos se empoderam como leitores e escritores de textos. Não faz sentido ensinar regras gramaticais e estudar a língua, se isso não tiver como pressuposto a construção e ampliação da capacidade de ler criticamente, entender os sentidos explícitos e implícitos, comparar informações e ideias, ter autonomia e ser propositivo, entre outras questões. Além disso, o entendimento da língua, em suas diferentes variedades, mas principalmente na padrão, é constituir-se como pessoa que consegue interagir e agir socialmente, expor suas ideias de maneira clara, coerente e coesa, quando produz textos – sejam orais, sejam escritos. Nesse sentido, o trabalho baseado em Bakhtin (2011, 2014), Antunes (2009, 2010), Marcuschi (2002) demonstra o quanto a linguagem entendida como constitutiva do sujeito e usada em um contexto de interação verbal e social são fundamentais na educação básica, uma vez que é no seu uso, no seu estudo e entendimento que o indivíduo torna-se senhor de seu discurso e de seu destino. Dessa forma, criar as condições, em sala de aula, para que o aluno leia e escreva textos de diversos gêneros, interprete-os, entenda como e o porquê de serem usados determinados recursos linguísticos e não-linguísticos a fim de construir os sentidos é uma atitude de professores conscientes de sua função social. Discutir essas questões e ampliar as possibilidades de trabalhos que promovam a proficiência dos sujeitos em sua língua materna são objetivos que não podem ser perdidos de vista, quando se pensa em educação de qualidade.