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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo

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LITERATURA INFANTIL NO PERÍODO DITATORIAL: OS DISCURSOS METAFÓRICOS NAS OBRAS DE ANA MARIA MACHADO.

Autores:
Daniela Schardong Ávila (UNIJUÍ - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul)

Resumo:

A literatura tem papel fundamental no processo de desenvolvimento do ser humano, pois constitui-se enquanto uma ferramenta transformadora, e proporcionadora da realidade que muitas vezes é negligenciada. Ela indica concepções do homem e mundo em diferentes realidades, destacando momentos históricos, sociais, políticos e culturais. (ZILBERMAN, 2000). Diante da inserção da criança no contexto social, um olhar especial para a literatura infantil foi levado em consideração, além da evolução em que a escola passou até chegar em sua configuração contemporânea. Com isso, constituiu-se a literatura infantil que conhecemos atualmente, visto sua inserção dentro do ambiente educacional, local de integração dos sujeitos e de transformação social. É justamente pensando nisso que este trabalho tem como objetivo destacar o caráter transformador da literatura, principalmente infantil, visto sua importância como elemento que resulta em uma formação de determinada consciência de mundo (COELHO, 1984). Neste sentido, este trabalho tem como metodologia a revisão bibliográfica, evidenciando Zilberman (1986) e Coelho (2000) no que tange à literatura, Silva (2014), destacando o período ditatorial e por fim Finger (1996), representando a significação de metáfora e seus empregos. Há também a análise de duas obras infantis escritas durante o período ditatorial, livros estes que caracterizam a literatura como fundamental no processo de informar o leitor, mesmo que metaforicamente, trazendo à discussão o que estaria ocorrendo em sua sociedade. Alguns livros e autores, mesmo crivados pela censura, tiveram “voz” nas entrelinhas de suas criações, como é o caso de Ana Maria Machado, na época exilada, e das obras Raul da Ferrugem Azul (1980) e Era uma vez um tirano (1982), ambos escritos nos últimos anos de ditadura do Brasil. As narrativas tratam de questões sociais, de liberdade de expressão e por meio da ludicidade, desenhos e cores, alerta os leitores para a criticidade como exercício cidadão.