A EXPRESSÃO DO SUJEITO NULO EM DADOS DE ESCRITA NO PORTUGUÊS ANGOLANO | Autores: Daniela Paula de Lima Nunes Malta (PPGL-UFPE - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO ) |
Resumo:
Estudo gerativista sobre o parâmetro do sujeito nulo em dados de escrita no Português de Angola/África. A partir dos pressupostos da Teoria de Princípios e Parâmetro da Sintaxe gerativa (CHOMSKY, 1981), o objetivo principal da pesquisa é a caracterização e análise da expressão do sujeito na variedade do português africano tomando por base em particular redações produzidas por alunos angolanos como requisito para seu ingresso na Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Brasileira (UNILAB), localizada em Redenção, no Ceará. Para tanto, observam-se as restrições linguísticas e extralinguísticas que condicionam o sujeito nulo. Vale ressaltar que essas redações foram produzidas em contexto africano, no referido exame vestibular, durante o período de 2013 a 2016. Ao todo, foram selecionados 100 (cem) textos, totalizando 50 para o sexo masculino e 50 para o sexo feminino. À luz de estudos sobre o Português africano de sujeito nulo prototípica (KAPETULA, 2016; VERÍSSIMO 2017; TEIXEIRA, 2008; 2012), além dos conceitos de aquisição de linguagem como L1 e L2 (LOPES, 1999) e bilinguismo (ROMAINE, 2013), observou-se como a situação de multilinguismo poderia afetar o Português escrito por angolano. Os resultados obtidos por meio de tratamento estatístico utilizando ferramentas metodológicas da Sociolinguística variacionista (LABOV, 1968), como também os dados foram codificados para tratamento computacional GoldVarb X (SANKOFF; TAGLIAMONTE; SMITH, 2005). De maneira geral, o comportamento dos dados em termos qualitativos revela a existência que corrobora com a literatura que atesta o português brasileiro moderno com uma redução de ocorrência de sujeitos nulos, portanto uma língua semi pro-drop, diferenciando-se, neste aspecto do Português Europeu. No entanto, a particularidade da situação multilíngue em Angola estabeleceria uma posição única para a variedade angolana, localizando-o em uma disposição entre as variedades europeias e brasileiras dentro de um contínuum de padrões de concordância da Língua portuguesa que apontam a ocorrência do sujeito nulo.
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