Neste estudo, analisa-se a variação entre as formas de subjuntivo e as formas de infinitivo em orações adverbiais finais iniciadas por para que (Para que evoluísse, precisava que eu estudasse mais [IR20]) e para (Eu acho que Deus morreu pra nos salvar [AL21]) com base nas teorias Sociolinguística laboviana, Sociofuncionalismo e Letramento. Assume-se a hipótese de que a variação entre estas formas é condicionada por fatores intralinguísticos e extralinguísticos. A abordagem se fundamenta nas teorias da sociolinguística variacionista laboviana, do sociofuncionalismo e do letramento. A análise qualitativa e quantitativa se baseou em dados de corpus constituído de fala coletada em 27 entrevistas realizadas com as informantes do gênero feminino da cidade de Salvador. As orações finais referem-se a estruturas sintáticas que expressam finalidade. Segundo Neves (2000), semanticamente, elas expressam finalidade ou o propósito que motiva o evento expresso na oração principal. Normalmente, na língua portuguesa, a expressão de finalidade, nessas orações, é representada pela locução conjuntiva para que diante de formas verbais finitas no modo subjuntivo ou pela conjunção para diante de formas verbais infinitivas. Os resultados revelaram uma expressiva frequência de orações que expressam finalidade com formas de infinitivo: 87% dos casos num universo de 551 ocorrências na fala das mulheres soteropolitanas. Contrariando as expectativas, as orações que expressam finalidade com formas de subjuntivo fizeram-se frequentes em apenas 13% das ocorrências. A variável intralinguística explicitação do sujeito da oração subordinada (sujeito explícito) e a variável extralinguística nível de letramento (níveis de letramento médio e alto) revelaram-se estatisticamente significativas para o uso destas formas (com subjuntivo).

Palavras-chave: Variação, Subjuntivo, Finalidade, Mulheres, Salvador.