FORMAÇÕES NEOLÓGICAS DO PORTUGUÊS BRASILEIRO CONTEMPORÂNEO EM PERSPECTIVA FUNCIONAL: O CASO DO SUFIXO -AÇO | Autores: Thaís de Araujo da Costa () ; Magda Bahia Schlee (UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO) |
Resumo: Nesta comunicação, propomo-nos, à luz da Linguística Sistêmico-Funcional (LSF), a refletir sobre a formação de construções neológicas contemporâneas que, formadas a partir do acréscimo do sufixo -aço a bases nominais, comparecem em notícias de sites, jornais e revistas brasileiros digitais publicados entre 2016 e 2018. Trata-se, desse modo, de um estudo de caráter inovador no âmbito das pesquisas em LSF, as quais de um modo geral concentram-se na análise da oração e do complexo oracional. Em nossa reflexão, embora, conforme Halliday e Mathiessen (2014), partamos da oração como elemento central de análise, interessamo-nos pelos níveis abaixo dela, a saber: o da estruturação dos grupos oracionais, o da sua composição por palavras e o da composição destas por morfemas. Nossa opção deve-se à constatação de que as escolhas de palavras e dos morfemas que as constituem também são significativas e, portanto, produzem efeitos no modelo de representação do mundo construído por meio da linguagem. Comumente, os estudos formalistas relativos ao emprego de sufixos atêm-se à análise da composição de palavras dicionarizadas, sem especificar quais valores semânticos podem ser atribuídos a que bases ou mesmo considerar que uma mesma formação neológica pode ter diferentes significados a depender do contexto em que é empregada. Assim, em um primeiro momento, a análise do corpus demonstrou que esse modelo de análise está esgotado, não sendo capaz de abranger as formações neológicas contemporâneas com o sufixo -aço. Num segundo momento, fez-se necessário descrever o funcionamento desse sufixo nos neologismos encontrados, identificando as bases a que se agrega e as categorias gramaticais resultantes, bem como os valores semânticos agregados em situações comunicativas específicas. Por fim, considerando a possibilidade de esse sufixo expressar valores afetivos, melhorativos ou pejorativos, buscamos compreender em que medida se pode considerá-lo como um elemento indicador de modalidade.
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