Os últimos anos do século passado viram surgir uma nova configuração no espaço da produção historiográfica. Desta expansão originaram-se vários campos novos de estudo como, por exemplo, a história mundial e as histórias regionais, que desbancaram a história nacional como discurso hegemônico da nação, esta última predominante no século dezenove. O próprio processo de leitura e seus suportes passaram a fazer parte das reflexões historiográficas, colocando em foco sua complexidade e papel social. Tal pluralidade de discursos provocou um redirecionamento não só das questões que orientam os estudos historiográficos como também os pressupostos deste fazer. A história literária passa a ser pensada como um processo de transformação e de caráter mais aberto, no qual a dinâmica descontínua e não teleológica do sistema literário e cultural, em suas múltiplas temporalidades, é levada em consideração. Este trabalho tem como objetivo apresentar algumas novas propostas de historiografias literárias atuais e colocar em questão a sua produção hoje, como esta produção se relaciona com o pensamento e o comportamento do sujeito frente aos processos sociais que envolvem o livro e a leitura (a produção, impressão, divulgação e recepção do livro no sistema literário e social) e como essas novas configurações se relacionam com as práticas da leitura e a maneira como o leitor se apropria do texto.