Este estudo tem como objetivo apresentar aspectos da formação do leitor que ingressa na universidade pública. Leituras feitas, modos de ler, livros elegidos, mediadores, acesso, espaços (formais e/ou informais), sentidos estabelecidos na relação leitor-texto-mundo permitem um debruçar sobre a compreensão de um sujeito-leitor que se constitui num percurso histórico e, portanto, ideológico, identitário. Os sujeitos da pesquisa são alunos do primeiro período do curso de Pedagogia da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás. Os dados para análise foram colhidos no primeiro semestre de 2018 a partir de memoriais de leitura. Como fundamentação teórica, o estudo embasa-se em autores da história cultural, como Roger Chartier, Robert Darnton, Michel de Certeau, Jean Marie Goulemot, Jean Hébrard, Carlos Ginsburg e outros. Em teóricos da linguagem, como Mikhail Bakhtin, sobretudo a partir do conceito de dialogismo. No Brasil, as referências são Antônio Cândido, Marcia Abreu, Orlinda Melo, Maria Teresa Santos Cunha, Ecléa Bosi e outros. Abordar história de leitores supõe que, ao percorrer tais andanças, seja possível vislumbrar uma relação com o tempo, com políticas de leitura, com acesso a livros, com práticas efetivas em bibliotecas e outros espaços formativos; supõe ainda visualizar relações, estabelecimento de vínculos capazes de fazer da leitura lugar habitável, lugar de encontro com o outro e consigo mesmo para melhor entender o mundo e dele participar. São nuanças assim que este estudo busca flagrar.