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| Os aspectos da Análise Crítica do Discurso na investigação discursivo-textual das fake news da campanha eleitoral presidencial de 2018 | Autores: Clarice Nascimento Fernandes (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco) |
Resumo: A enorme difusão de notícias falsas – as chamadas fake news – foi tema constante na corrida presidencial do Brasil em 2018, culminando em consequências sérias para a nação democrática e para os avanços progressistas realizados nos últimos 30 anos de democracia. A Análise Crítica do Discurso (doravante ACD) se propõe a discutir relações de poder e, mais especificamente como denota Van Dijk (2017), o abuso de poder, portanto, empreendemos esta pesquisa para a investigação, através de análise discursivo-textual, de atores e grupos sociais que são frequentemente mote nas fake news, que, por sua vez, servem de instrumento manipulativo trabalhando na contribuição da hegemonia e na desvalorização sistemática de classes minoritárias. É com base em Falcone (2016) e Van Dijk (2017) que elaboramos uma abordagem cognitiva da ACD, tendo o conceito de língua e sujeito (ator social) sociointeracionistas advindos das teorias de Koch (2003) e Marcuschi (2005). Pensamos o gênero “fake news”, ou desinformação como proposto por D’Ancona (2017), a partir da teoria de pós-verdade discutida na obra anterior e em Dunker et al (2017). A seleção do corpus se deu mediante confirmação através do serviço prestado por sítios categorizados pela alcunha de fact-checking: Projeto Comprova, Agência Lupa, Boatos.org, etc. A fim de estreitar a pesquisa foi feito um recorte referente às eleições presidenciais de 2018 no tocante aos dois turnos eleitorais. Por isso, a conjuntura investigativa da pesquisa segue em andamento, entretanto com indicativos iniciais que correspondem a dois grupos sociais macrocategorizados claramente nas notícias falsas delineadas por expressões estereotipadas constantemente que, consequentemente, influenciam na produção de discursos. Entendemos, também, que apesar de procurar aproximação do gênero jornalístico, as fake news são produtivas em sites amadores, mas sobretudo em WhatsApp e Facebook, dois suportes que dão aos participantes o poder de fala para construir a narrativa da pós-verdade.
Agência de fomento: UFPE/Propesq/Nelfe |
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