ANIMACIDADE E INTENCIONALIDADE NAS CONSTRUÇÕES CAUSATIVAS ANALÍTICAS DO PORTUGUÊS BRASILEIRO | Autores: Luana Gomes Pereira (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) |
Resumo: Neste trabalho, investigamos os traços de animacidade e intencionalidade nas construções causativas analíticas do português brasileiro. Tais construções podem ser esquematizadas, de modo geral, como [SN1 V1 SN2 V2]↔[causação]. Chamamos, então, de construções causativas, aquelas que apresentam uma relação de causa e efeito (Shibatani, 1972), em que um constituinte causador (SN1) tenta manipular um constituinte causado (SN2), para obter um resultado. Tendo por base os pressupostos dos Modelos Baseados no Uso, em especial dos da Gramática de Construções Cognitiva (GOLDBERG, 1995, 2006; CROFT, 2001) – a qual propõe que a língua é um conjunto de construções pareadas quanto à forma e ao significado -, buscamos investigar propriedades semânticas do causador e do causado nas microconstruções com os verbos deixar, fazer, levar, mandar, permitir e obrigar, a fim de verificar a força com que a situação causativa pode ser conceptualizada. Para isso, analisamos a Amostra Midiática do PEUL (Programa de Estudos do Uso da Língua), da UFRJ, constituída de textos de diversos gêneros do domínio jornalístico (artigo de opinião, crônica, editorial e notícia) extraídos dos jornais O Globo, Jornal do Brasil, Extra e Povo. Em nossos resultados, observamos a estreita relação entre animacidade e intencionalidade; no entanto, nossos dados apontam que os sujeitos causadores são não animados em sua maioria - diferentemente do que se espera de uma configuração causativa prototípica- e, portanto, exercem menor manipulação sobre o elemento afetado.
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