Neste trabalho, apresenta-se um estudo sobre as redes de relações sociais na marcação de concordância verbal de p6 na fala vernácula da comunidade remanescente de quilombo Rio das Rãs, localizada no município de Bom Jesus da Lapa, Bahia. Para tanto, utiliza-se os pressupostos teórico-metodológicos da Teoria da Variação e Mudança Linguística (LABOV, WEINREICH, HERZOG, 1968/2006; LABOV, 1972/2008), para analisar o fenômeno de concordância verbal de P6 em dados retirados de ocorrências de fala de 24 (vinte e quatro) informantes da comunidade em estudo. Para a realização deste estudo foram controlados os grupos extralinguísticos: faixa etária, sexo, escolaridade e rede de relações sociais e linguísticas: realização e posição do sujeito, concordância nominal no SN sujeito, indicação do Plural no SN Sujeito, tipo de verbo, tempo e modo verbal, saliência fônica, caracterização semântica no sujeito e forma do último constituinte do SN que está antes do verbo. Após a rodada dos dados no GoldVarb X, obteve-se um total de 993 ocorrências, das quais 143 apresentam aplicação da regra de concordância, equivalendo a 14.4%, e 850 acontecem sem concordância, equivalendo a 85.6%.  Contudo, quanto aos fatores extralinguísticos controlados neste estudo, a variável redes de relações sócias revelou um resultado interessante: os falantes com uma rede de relações sociais dispersa, ou seja, aqueles que se interagem mais com falantes de outras comunidades, tendem a marcação de regra de concordância verbal de P6, com peso relativo de .57, ao contrário daqueles falantes que permanecem na comunidade, que apresentam um menor índice de concordância verbal de P6, com peso relativo de .46.