A ANÁLISE DO DISCURSO E A SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA | Autores: Fernanda Borges Ferreira de Araújo (IFES - Instituto Federal do Espírito Santo) |
Resumo: Como atrelar a análise do discurso ao ensino de língua portuguesa? Quais estratégias devem ser adotadas para um ensino mais eficiente e eficaz? Além de entender melhor o funcionamento da linguagem, é frequente dizer que se ensina gramática para tornar os sujeitos capazes de falar e escrever bem. Contudo, a maneira como isso se aplica é que é a grande questão. Como afirma Callou (2014, p. 28), “é fundamental em sala de aula fazer o aluno ter contato com a língua falada e escrita e fazê-lo produzir textos os mais variados, levando-o sempre à compreensão do sentido global do texto e dos mecanismos produtores desse sentido”. Daí é que entra a contribuição da análise do discurso, principalmente no que se refere à produção textual. Segundo Voese (2004, p. 155), a AD propõe um “conjunto de justificativas (argumentos) para a descrição, a interpretação e a compreensão de um texto”. Trabalhar a análise do discurso é perceber a conexão entre língua e cultura e entender que não há neutralidade nos textos. Ao contrário, os textos possuem intenções que vão além de simplesmente comunicar, eles podem querer persuadir o interlocutor a adotar determinada opinião, transmitir ideologias. O objetivo de inserir a AD no contexto escolar parte do pressuposto de que o ensino de língua portuguesa consiste em desenvolver a competência de leitura e produção de textos. Como fio condutor desta pesquisa, adota-se, principalmente, o instrumental teórico elaborado por Charaudeau, com a teoria Semiolinguística. Nesse contexto, considera-se como primordial a relação da linguagem com a exterioridade, ou seja, com as condições de produção do discurso. Assim, na medida em que o aluno se apropria de estratégias argumentativas, ele as utiliza em suas próprias práticas de escrita, tendo como ponto de partida o discurso propriamente dito.
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