Este trabalho busca compreender os sentidos atribuídos à cidade de Cáceres-MT e seus moradores, a partir de um dito pichado em um muro da cidade.  Diante desse lugar de memória, materializado nos ditos do morador no muro da cidade, não havia possibilidade de ignorar os sentidos outros que constituíam/instituem o sujeito pelo que se identifica, desidentifica e resiste nesse espaço discursivo. O material analisado significa-se pelo batimento entre a paráfrase e a polissemia. Nesse batimento perifrástico, o anunciado pichado no muro determina um modo de significação e constituição do sujeito nesse local, assim, marca o morador, o cacerense, pelo que se desidentifica com o nacional, o Brasil, determinado uma forma específica de ser brasileiro nesse espaço.  A leitura analítica deu-se pelos pressupostos teóricos e metodológicos da Análise de Discurso, que apresenta um dispositivo de interpretação. O sujeito, para essa teoria, constitui-se pela história e pela memória, assim, instala-se por posições que são cambiantes e que o marcam pela não fixidez. Portanto, a identidade do sujeito não é fixa, não é estática, ao contrário, produz-se pela movência, pela instabilidade do sentido. Daí a opção em tomá-la como processos de identificação, que assegura – pela palavra processo – uma construção que se dá permanentemente, e pela marcação do plural, os vários modos de identificação do sujeito. Nessa direção, tomar o espaço como lugar de memória, constituição e significação do sujeito, marcado pelos processos de (des)identificação, determina formas de ser cacerense, ou seja, constituir sujeito nesse lugar/espaço.